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Meridional. Revista Chilena de Estudios Latinoamericanos tem o prazer de convidá-lo a participar do dossiê "Vigência do marxismo latino-americano: pensando com, a partir e além da obra de Michael Löwy" correspondente ao número 21, que será publicado em outubro de 2023.

Curadoras indígenas: diálogos e tensões na demarcação simbólica de museus no Brasil

Autores

  • Randra Kevelyn Barbosa Barros Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Resumo

Artistas indígenas no Brasil têm reivindicado cada vez mais a inserção de seus corpos nos espaços museais, tendo em vista que almejam contestar a invisibilidade dos povos originários no país e desconstruir estereótipos etnocêntricos frequentemente associados a essas culturas. Nesse sentido, construir o diálogo com as instituições tem sido uma tarefa árdua, pois a estrutura desses espaços por vezes repele o sujeito indígena com suas filosofias, línguas, cosmogonias e modos próprios de pensar o estético. Levando em consideração a relevância desse debate, o artigo pretende analisar o fazer curatorial de Sandra Benites e Naine Terena nas exposições Dja Guata Porã: o Rio de Janeiro Indígena (2017), realizada no Museu de Arte do Rio (MAR), e Véxoa: nós sabemos (2020), que ocorreu na Pinacoteca do Estado de São Paulo, respectivamente. Cabe examinar como essas duas mulheres indígenas interagiram com museus brasileiros tradicionais, buscando executar outras formas de curar uma exposição. Para tanto, recorre-se a algumas noções, tais como de arte indígena contemporânea (Jaider Esbell, 2018) e curadoria como resistência (Moacir dos Anjos, 2017). Assim, o estudo demonstra que as curadoras indígenas têm buscado estabelecer diálogos interculturais com os museus, porém frequentemente as instituições não estão preparadas para desconstruir o seu pensamento eurocêntrico.

Palavras-chave:

povos originários, museus, curadorias indígenas, Sandra Benites, Naine Terena